segunda-feira, 23 de março de 2009

Crítica - Todo Amor que Houver nesta Vida.

Uma Coleção de enganos.



É estranho constatar mas me parece que um certo modismo azola as artes , mais em especifico as cênicas como cinema, teatro e tv, é bem desconfortante perceber que destes modismos se incluem as opções sexuais que se tornam um pouco confusas com o desenrolar de nosso novíssimo século 21.

O que eu quero dizer é que temos uma tendencia clara ao homossexualismo na arte em geral , que estamos passando por um estranha mutação sem precedentes que tem mudado a forma de pensar a arte no mundo e ai , já sinalizando uma nova era., será a era gay, não estou sendo homofóbico , pois, minha opção sexual me trairia, porém coloco a percepção que tenho tido desse movimento tipo parada gay, preste atenção: Seriados americanos com casais gay, filmes, peças das mais variadas contado o cotidiano gay e fazendo apologias contra a homofobia, com os mais variados tipos do travestis, passando pela Drag queens e chegando ao menos caricato dos personagens, o homem normal que decide viver com outro homem.

“Todo amor que houver nessa vida”, com direção de sei lá quem , pois nem programa havia para o público e texto de Rogério Garcia é encenada no porão da Casa de Cultura Laura Alvin .

A peça trata basicamente de dois assuntos universais, por vezes correlatos, por vezes mitificados: o amor e o preconceito. O amor, como eixo central, aparece em um casal gay. O preconceito, como pano de fundo, toma maiores amplitudes e surge como uma questão social, intelectual e sexual.

A peça é baseada em um fato real: a morte do professor universitário Brian, que sofre muito com o preconceito e acaba morrendo de AIDS, o que se descobre depois que não se tratava desta patologia e sim de um câncer.

Com uma visão, talvez panorâmica, onde poderíamos nos apegar a algo concreto, como , a dramaturgia, por exemplo, percebemos ou ainda deixamos de perceber o quanto é mais fácil ir para o fácil. A peça , não surpreende, e não conduz o espectador, rebatendo assuntos tão cansados de tão usados, que fica difícil gostar ou odiar a peça.. O tema,“homossexual” é abusivo e escrachado causando um certo mal estar , com beijos e caricias extremamente desnecessárias . A “mensagem” não seja preconceituoso, respeite os outros como são” é tão conhecida e tão bem falada por outros meios,os quais já citei que o espetáculo mesmo se esforçando, não faz nada apenas do que chover no molhado. A direção é um conjunto de equívocos ,um atrás do outro, quase prejudicando o próprio espetáculo, indo contra o próprio texto, que é a base central de toda a história falada, mesmo sendo essa comum, ainda é mais interessante que a abordagem dramática, ou não sendo injusto, melodramáticas que sublinham a peça. Mas isso ainda não é o grande problema de “Todo o amor que houver nesta vida”,há ainda dois maiores: o total desequilíbrio na atuação dos dois atores, onde um pare-se estar indo para o norte e o outro não vai a lugar algum, e claro, o despejo de clichês ordinários e pouco esclarecedores, em cima do público, que tinha claro em seus semblantes a falta de comoção ou surpresa diante de tal peça.

Durante a apresentação, a peça também convida a platéia a experimentar um certo contato com o público distribuindo abraços longos e desconcertantes a qualquer um.

Com significações quase infantis e reforçadas pela repetição da primeira cena que causa um completo desentendimento do peça, fica apenas a certeza de que não podemos de forma alguma tentar “catequizar” com o teatro, abordar o preconceito e colocar uma visão de opção sexual é delicado, a linha do artístico e do didático é tênue e como sabemos não podemos e nunca devemos entrar nesta linha , pois, o teatro é arte, e arte não educa, faz pensar e ai a direção e também a pseudo-dramaturgia erra feio.