domingo, 15 de novembro de 2009

A Tartaruga de Darwin


A peça de Juan Mayorga apresenta uma fábula fantástica sobre a história mundial contemporânea, onde realidade e fantasia se misturam por meio da figura de Harriet (Cristina Pereira), uma tartaruga que Charles Darwin trouxe das Ilhas Galápagos e que está em processo de evolução para a forma humana. Harriet presenciou algumas das mais importantes passagens históricas dos séculos 19 e 20.

Depois de viver 200 anos de história, a tartaruga tornou-se alvo de uma disputa entre dois Professores, um historiador interpretado por Paulo Betti e um cientista vivido por Rafael Ponzi, (ambos também diretores). Além disso, ela desperta o ciúme de Bete, mulher do historiador (Vera Fajardo), já que este só tem olhos e ouvidos para as revelações da mulher tartaruga.


A tentativa de ser cômica e interessante torna a peça de uma forma geral pobre, não se sabe ao certo se estamos presenciando um drama, uma comédia, ou até mesmo uma aula de história. A idea central é clara; mostrar 200 anos de história pela perspectiva de uma tartaruga, mas a abordagem torna tudo previsível e cansativo, ao introduzir um novo assunto o público já sabe de que acontecimento está se falando. Talvez um flerte com os intelectuais ou mesmo um relato histórico bem apanhado, mas deixa a desejar no quesito criatividade e teatralidade.

Direção e elenco dialogam bem, porém o texto não oferece grandes possibilidades, nem de direção ou mesmo de atuação, oferecendo destaque aqui a brilhante atuação de Cristina Pereira, que aproveita de uma forma muito inteligente e dinâmica todas as possibilidades pobres do texto, os outros atores frente às circunstâncias do texto cumprem um trabalho correto e às vezes exagerado ao que diz respeito aos homens.

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