sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Crítica - Laranja Azul

Tudo branco. Assim como os jalecos que cada espectador deve usar para assistir à peça “Laranja azul”, em cartaz no CCBB, as arquibancadas , as cadeiras, as paredes o chão , toda a ambientação em branco total. O cenário é incrível. Os espectadores, são divididos em dois grupos ficam frente a frente nas extremidades da “sala”, no meio um espaço montado, fechado, todo de vidro, onde se passa a ação. Lá fica a sala dos psiquiatras de uma clínica. É lá que eles discutem a situação de um interno, um esquizofrênico negro, vindo da periferia.

Um dos médicos é Dr. Foster (Rogério Fróes), diretor da clínica. Um senhor. O outro, Dr. Greg (Pedro Brício), o típico residente idealista. Eles divergem sobre o diagnóstico de um paciente, Christian (Rocco Pitanga) e, conforme as discussões vão surgindo, percebe-se que há muito mais nesta trama do que apenas a causa médica: política, dinheiro, preconceito racial, preconceito de classes, preconceito com a situação mental do paciente, realização pessoal. Cada um defende o seu ponto de vista, enquanto Christian fica de um lado para outro, sem saber qual caminho seguir.
A peça é rápida e coloca público em reflexão sobre o quanto os interesses de cada um pode sobrepor ao bem de outro.

O texto, inédito por aqui e premiadíssimo lá fora, é do inglês Joe Penhall e o material virou um prato cheio na mão do ator-diretor Guilherme Leme, atores e direção tem uma química ímpar o que de uma forma geral prende o público do início ao fim , como a peça só pode ser bem executada se houverem ótimos atores o elenco foi de primeiríssima linha.

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